Projeto desenvolveu ferramentas para monitorar secas e avaliar impactos das mudanças climáticas na agricultura

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(Foto:Divulgação)
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O programa Climate Science for Service Partnerships (CSSP) Brazil, financiado pelo Fundo Newton/Embaixada Britânica, investiu no projeto de pesquisa “Monitoramento e Previsão de Impactos Climáticos na Agricultura”.  

Liderado pelo pesquisador brasileiro Marcelo Galdos (Universidade de Leeds), a iniciativa conta com participação de Marcelo Zeri e Ana Cunha (Cemaden), Fabio Marin (Esalq/USP) e Murilo Vianna (Universidade de Leeds) além de diversos pesquisadores britânicos. O projeto teve como objetivos principais monitorar a ocorrência de secas na agricultura no presente e passado recentes e desenvolver aplicações em modelagem agrícola, sistema que simula os efeitos de mudanças graduais e eventos climáticos extremos na produção das principais culturas brasileiras, como milho, soja, cana-de-açúcar e sorgo. 

Entre os resultados gerados pela pesquisa está a Plataforma AgroClimatic Monitor, que gera dados de seca para produtores e gestores preparem melhor o plantio. O primeiro objetivo da pesquisa resultou nesta nova plataforma que traz indicadores de umidade do solo e combina de forma inédita outros dois indicadores sobre variabilidade de chuva e saúde da vegetação para melhorar a precisão do monitoramento. Eles podem ser visualizados de maneira separada ou integrada e por município brasileiro de uma maneira fácil e amigável a qualquer usuário: de agricultores a gestores. 

Modelagem – Os pesquisadores aprimoraram o modelo de ecossistemas JULES (Joint UK Land Environment Simulator), que simula fluxos de água, carbono e nutrientes entre a vegetação e a atmosfera para prever com mais precisão os impactos das mudanças climáticas futuras no contexto brasileiro e suas relações com a agricultura. Para isso, as simulações de umidade do solo fornecidas pelo JULES foram comparadas com índices de agricultura e de clima e ajustadas de acordo com medições realizadas em testes de campo. Depois, o modelo foi adaptado e avaliado para culturas como cana de açúcar e milho. 

Esse tipo de informação pode contribuir para o desenvolvimento de culturas mais resistentes à seca ou para estabelecer mudanças nas áreas de cultivo, por exemplo. Outro grande diferencial do JULES é que ele permite investigar não só o efeito das mudanças climáticas na agricultura, mas também os efeitos da agricultura e da mudança do uso da terra no clima. 

A equipe responsável pelo projeto também produziu fichas técnicas e cartilhas explicando para gestores e produtores como utilizar a plataforma e a modelagem e como se adaptar a episódios de secas extremas cada vez mais frequentes. 

Saiba mais: https://agclimatebr.leeds.ac.uk/br/  

Com informações de Maria Paola de Salvo, da assessoria do Projeto de pesquisa Monitoramento e Modelagem de Impactos Climáticos na Agricultura 

Palavra chave: 
secas,clima,agricultura